Paulo Laureano Estar vivo é uma condição precária com um péssimo prognóstico...

Motley Crue e Def Leppard ao vivo!


Fui à boleia com o meu irmão a Londres para ver um concerto. Steal panther, Motley crue e Def Leppard em Wembley arena. Chegámos a Heathrow por volta do meio dia, passámos no hotel para largar a tralha e seguimos para Wembley.

Wembley arena é uma versão "mais pequena" do nosso pavilhão Atlântico. Muito bem explorada comercialmente onde abunda a oferta de merchandising das bandas, comida e bebida. A entrada era a partir das 17:30, pelo que tínhamos mas horas de espera, passadas a come e beber.

As horas gastas num pub, na companhia do Fernando (que trabalha comigo na mr.Net e está a viver em Londres há 8 meses), foram particularmente agradáveis. A cerveja em inglaterra (duas "pint of Carlsberg") é um bocadinho como fazer amor numa canoa (fucking close to water!) e as sandoscas foram agradáveis.

Quanto aos concertos foram três experiências muito distintas...

Steal panther, que eu não conhecia de lado nenhum, deu um concerto cheio de musicas giras e umas discursatas hilariantes. Foi o unico vocalista que me impressionou. Grande voz e sentido de humor.

Motley crue foi... complicado. O Vince Neil não cantou boa parte das musicas, parecia o pato Donald, guinchou e desafinou, não deu “uma para a caixa” com a voz. Soube puxar pelo publico e estar em palco, mas parecia mais um maestro que o vocalista da banda. Não sei se foi de ter concertos a mais, em dias consecutivos, mas foi muito mauzinho. Já o resto da banda esteve perfeita. Destaque para o Tommy Lee e a sua bateria que estava montada num carril com um loop de 360°. O solo dele foi o momento alto da noite.

Def leppard estiveram quase irrepreensíveis e, se não fosse o Joe Elliot estar também com a voz lixada, tinham dado um concerto perfeito. Mesmo com a voz longe do normal cantou tudo, não falhou uma nota, e safou-se bem. O resto da banda esteve impecável.

Os concertos foram muito diferentes entre si. Steal panther foi uma lufada de a fresco, com menos luzes, palco e efeitos especiais... só rock, bom humor e “sem vocalistas claramente metidos em sarilhos”. Motley Crue foi uma orgia de luz, fogo, explosões e efeitos especiais, sangue falso lançado em baldes para o publico e, claro, a inesquecível bateria. Def Leppard foi o que se esperaria de uma excelente (grande) produção "tradicional", tudo muito bom, mas nada de particularmente surpreendente.

Valeu a pena e o cansaço! Foram 24h alucinantes.

http://gallery.me.com/plaureano#gallery (VIDEO!)


Motley Crue & Def Leppard ao vivo em Londres!


Dia 14 de Dezembro vou a Londres (Wembley Arena) ver Motley Crue e Def Leppard ao vivo! São uns quantos km para se ver um concerto, mas o meu irmão dá-me uma boleia (vantagens de se pilotar aviões), é ir num dia e voltar no outro… Hotel a uma milha da Wembley Arena a preços decentes, os dados estão lançados…

Motley Crue é uma das bandas da minha adolescência! Nunca vieram a Portugal tocar ao vivo. Esta é uma oportunidade de ver o concerto única, pelo que vai ser devidamente aproveitada. Na primeira parte estão Def Leppard, que eu já vi duas vezes ao vivo (ambas em Cascais).

Vince Neil, Tommy Lee, Nicky Sixx, Mick Mars: You better F(/&%n deliver!

MrNet em 2011

Viver neste cenário de espiral descontrolada da economia e gerir uma empresa é de doidos. Estou cansado pelos telejornais, políticos, da cassete dos partidos de esquerda e sindicatos, da falta de visão e senso generalizada. Parar de lutar não é uma opção, preciso de ganhar a vida, de manter a minha empresa lucrativa, de inventar negócio e manter pessoas satisfeitas com os resultados. Não é tarefa fácil. Mas não é algo de que possa fugir, pelo que arregaço as mangas e trabalho...

O primeiro semestre deste anos correu bem. Aqui estou eu para o segundo. Tudo indica que ainda não é desta que a empresa implode ou explode. Há trabalho e mercado, tudo indica que cá estaremos para 2012. São 12 anos de sobrevivência, com muitas crises pelo meio, vigarices e calotes de muitos clientes, e sobrevivemos com as contas muitas vezes no vermelho, quase sempre no amarelo e raramente no verde. Essa ideia de que ser dono de empresas equivale a ter uma vida desafogada e isenta de preocupações é completamente desajustada da realidade.

Nunca a Mr.Net trabalhou tão bem. A evolução da qualidade do nosso trabalho é notável. Aprendemos com os erros, somos capazes de nos superar em termos criativos e de resolver problemas que parecem “impossíveis” a favor dos nossos clientes. No primeiro trimestre deste ano fizemos um novo portal para a Câmara Municipal de Lisboa, um novo site para a Tap, participámos em projectos do novo “middleware” do cartão do cidadão e fizemos um portal para a associação de estudantes do IST. Pelo meio ainda houve tempo para uns meses de consultoria à Sonae e ajudar a estabelecer os alicerces de estratégias para as futuras actividades do grupo online. Nada mau, no contexto de pequena empresa, para os primeiros meses de um ano complicado.

Todo este trabalho implicou muitos fins de semana e feriados a trabalhar, muitos dias que se prolongam noite dentro, uma dedicação e espírito de missão impares. É esse o preço de ter escapado à crise. Trabalhar desalmadamente. Procurar trabalhar “melhor”. Lutar até ao limite da resistência de todos em prol de quem nos assegura estabilidade financeira.

Crise de 2011 (Parte 2)

Portugal bateu no fundo, ou está anunciado que vai bater, ou está a bater. A Moodys classificou a divida do estado português como “lixo”, o primeiro ministro sentiu isso como um murro no estômago, o Facebook explodiu com grupos a propor “mandar a Moodys à merda”, “enviar lixo para a Moodys”, fazer um denial of service ao site deles, etc.

Pessoalmente confesso que tenho “um problema” com esta história de classificar a divida do estado Português como “lixo”... esse “problema” consiste em eu achar que é mesmo “lixo”. É um problema tramado.

Tenho muita dificuldade em entender como é que o nosso estado achou que podia ter um défice orçamental durante décadas consecutivas, chegando ao limite de a divida ser maior que o PIB anual, sem que isso fosse, mais tarde ou mais cedo, uma divida que custaria a pagar...

Já escrevi em tempos que somos uma nação apaixonada por ideais sociais que não temos dinheiro para pagar... eu também acho (faz de conta) que seria óptimo ter um estado com recursos capaz de corrigir todos os problemas da sociedade, capaz de garantir saúde, educação, igualdade de oportunidades e segurança a todos. Acontece que, não tendo dinheiro para tudo isso, há que escolher de forma racional o que se consegue pagar. Temos uma constituição socialista e utópica, escrita a pensar numa realidade que decididamente não é aquele em que vivemos.

O problema já seria mau se o estado (que não produz riqueza nenhuma) se limitasse a gastar mal o dinheiro que arrecada (em impostos, que são a única fonte de rendimento do estado, não há mesmo galinhas de ovos de oiro escondidas na casa da meda!). Vai mais longe, gasta mais dinheiro que o que arrecada, há décadas. Neste momento já não consegue pagar as prestações do que deve, e dado o total desnorte estratégico, quem empresta dinheiro exige juros elevados inerentes ao risco mais elevado de incumprimento.

Voltamos à Moodys: é paga pelos próprios estados, autarquias e empresas, para avaliar o risco de investimento... durante 15 anos classificou o estado Português ao mesmo nível que a Alemanha (daí década e meia de juros baixos, a explosão de compras de casas, crédito ao consumo, etc). Foi um erro grosseiro de avaliação. Foram completamente incapazes de avaliar os investimentos que levaram ao rebentar da bolha do “subprime” norte americano. um segundo erro grosseiro. Actualmente parecem ser bastante mais conservadores na avaliação de risco... tenho alguma dificuldade em classificar isso como um “terceiro erro grosseiro”. Pelo menos não é na mesma linha...

É complicada a relação entre agencias de rating e os seus clientes. Naturalmente os clientes não gostam de ser avaliados como “um produto de risco” para os investidores. O motivo porque as agências de rating não perderem todos os clientes que avaliam como “investimentos de risco” é a necessidade de uma classificação de agencias de rating para contrair empréstimos no mercado. Ora, quando esse rating é “muito mau”, de facto não vale a pena nem contratar as agências, nem tentar ir ao mercado, e a culpa não é nem das agências nem de especuladores (os maus da fita para os Portugueses). É para estes casos que serve o FMI/BCE, e os respectivos planos de resgate, acompanhados de medidas que permitam diminuir o risco de incumprimento (igualmente vistos como uns senhores terríveis que nos querem explorar e fazer mal). Temos todos 11 anos e somos estúpidos? Parece... A começar pela nossa comunicação social...

Portugal continua a ir ao mercado regularmente e a pagar juros absurdos. Isto é um disparate absoluto. Acontece com regularidade. A alternativa é parar de pagar contas. Mudar as leis necessárias, despedir pessoas, fechar escolas e hospitais, cortar com os todos os apoios sociais que não temos dinheiro para pagar. Isto porque a prosseguir por este caminho estamos a caminhar para o colapso total, e aí não é cortar excedentes que não podemos pagar, é perder tudo em bloco num futuro próximo.

Ah, “isso não pode ser”, pensam alguns. Pode e deve, digo eu. É que a alternativa é muito pior, e consiste em ir aumentado impostos, estrangulando a economia, destruindo precisamente o que gera riqueza nesta país, que são as empresas. Esse é o grande erro, estratégico e mortal, que está a ser cometido. Essa tentativa de “equilíbrio” entre “cortar na despesa e aumentar a receita” é uma solução francamente coxa, que vai debilitar a economia real, gerando na prática menos receita, tornando o país pouco interessante para investimentos, e criando todas as condições para uma economia recessiva.

Há duas hipóteses, que não são mutuamente exclusivas, ambas desagradáveis e com consequências diferentes: “cortar na despesa” (i.e. gastar menos dinheiro) e “aumentar a receita” (i.e. ir buscar mais dinheiro” em impostos a particulares e empresas). Vejo pouco das primeiras e demasiado das segundas. O problema é que “mais impostos” é que significam menor fôlego das empresas, menos emprego e uma economia menos competitiva. Cortar a sério “na despesa” significa menos “quadros no estado”, menos serviços financiados (menos saúde, menos educação, menos segurança, menos protecção social), menos subsídios.

Eu devo ser o único português (ou um dos poucos) que acha que se deviam mudar as leis, acabar com uma legislação laboral absolutamente desadequada à realidade em que vivemos, cortar a sério na despesa e dar a volta ao texto reduzindo a máquina estatal até ao limite da receita real (depois de descontados os valores das prestações devidas). Para salvar o barco é necessário sacrificar alguns dos tripulantes? Seja. Dramático como é, antes isso que deixar o barco afundar e perder tudo. Antes isso que sacrificar a economia real que alimenta o monstro que é a máquina estatal.

Tenho a estranha impressão que os nossos governantes não entendem a lição simples das ultimas décadas: “não podem gastar mais que o que recebem”. Precisam de pagar o que já pediram empresado. Está na hora de cortarem nos brilharetes, nas inaugurações, nos projectos megalómanos, e... gastarem apenas o que existe, sem se endividarem mais, amortizando as dividas existentes.

Não podem “cortar na despesa” porque não podem despedir pessoas? Claro que podem! Mudem as leis, é para isso que são eleitos, para isso que existe uma assembleia da república. Se continuarem a apertar com a receita... bom, desconfio que teremos uns anos de agonia e extrema fragilidade pela frente. Não acredito que se possa competir a partir de Portugal com impostos desproporcionalmente elevados. Pelo menos não nos sectores primário e secundário...

Estão a dar marteladas nos dedos dos pés para sentir o alivio dos intervalos. É literalmente o que significa este tímido corte na despesa (sem resolver os problemas endémicos), acompanhado pela maior carga fiscal de sempre. Sentem o alivio temporário no balancete do estado? Óptimo, preparem-se para a martelada seguinte. Isto vai doer...

Crise de 2011 (Parte 1)

Chegou o ano de todos os perigos, uma angustia anunciada e repetida várias vezes por dia nas televisões, rádios e jornais. Impostos, desemprego, recessão, pessimismo. O mais optimista dos mortais é contagiado por esta onda de fatalismo. Qual o antídoto para tudo isto? Trabalho, coragem, imaginação e inteligência (não necessariamente por esta ordem). Um bocadinho de sorte também ajuda.

O meu primeiro trimestre foi bom. Muito bom. Trabalhei como um doido, eu e todas as pessoas que estão na MrNet, mas 2011 começou da melhor forma. Agora é planear cuidadosamente a segunda metade do ano. Escolher os desafios certos, conseguir cumprir com os que aceitar.

Portugal infelizmente está em pior estado que a MrNet. Olho à minha volta e vejo um pais de putos mimados, à espera que alguma coisa lhes caia no colo, e cheios de exigências. Dizem-se à rasca. E a culpa é "dos mais velhos", que tiveram toda a sorte do mundo... não tiveram. A "sorte" da maioria deles deu muito trabalho.

Temos um país colectivista, sindicalizado, endividado, com uma paixão por ideais socialistas e sem dinheiro para pagar esse amor todo. Está na hora se as pessoas individualmente assumirem uma postura diferente, arregaçarem as mangas e fazerem muito mais e muito melhor. Não é o momento para choramingues e mariquinhas. Precisamos de bons lideres, de pessoas com força e vontade de trabalhar, de resolver os problemas que nos são mais próximos, um de cada vez.

Do estado Português só queria juízo e bom senso. Não vamos ter nenhum dos dois. Não vai acontecer. Vão gastar tudo o que arrecadarem em impostos e todo o dinheiro a crédito que conseguirem. A classe política, que é parte do problema e não da solução, com a habilidosa "democracia indirecta" (i.e. só podem votar máquinas partidárias) é um regime viciado. A menos que pertençam a um partido político "oficial", ou a um dos grupos de poder "oficiosos" (Maçonaria e Opus dei), estão "fora desse jogo". A classe dominante está estabelecida. São os "porcos" do "animal farm". Podem escolher a cor, sexo e feitio, do vosso "porco" favorito, um voto por pessoa.

As pessoas devem concentrar esforços a resolver problemas "mais pequenos", ao nível de empresas e comunidades em que se integram, gerar dinheiro e poder a esse nível. Os problemas "nacionais" e "europeus" estão longe de poder ser resolvidos pelo comum cidadão. Esse "jogo" é para "outros jogadores", o vosso papel nele é só pagar impostos e votar.

Bom 2011 para todos. Votos de que dispensem menos atenção ao estado, vejam menos telejornais, abram os olhos para realidades que estão mais próximas e nas quais podem fazer toda a diferença.

Televisão


everwood

Muito de vez em quando aparecem séries de televisão absolutamente excepcionais. São raras. Muito raras. A maior parte do conteúdo feito para televisão não me deixa saudades. Televisão exemplarmente bem escrita, no entanto, é uma das minhas experiências preferidas. O “Everwood” é uma maravilha, com alguns dos diálogos mais inteligentes que vi em televisão e personagens absolutamente fascinantes. O “Babylon 5” é de uma grandiosidade avassaladora, a “space opera” de referência.

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A repetição “ad nauseam” infelizmente desgasta algumas formulas por muito giras que sejam. O “24” é o melhor exemplo. A todos os níveis é uma série absolutamente fantástica, mas a repetição de elementos ao longo das várias temporadas desgasta, vai retirando prazer ao espectador até a repetição literalmente “matar a série”. O “E.R.”, “Sex & the city” e “West wing” sofrem do mesmo problema. Por muito bem escritas que sejam (e se são!) as séries é preciso um processo evolutivo, ao longo das várias temporadas, que raramente é bem executado.

A maior parte das séries fica aquém do que parece ser o seu potencial inicial, cai numa formula de “pastilha elástica”, aparecem episódios perfeitamente dispensáveis em que quase nada acontece, etc. A “história central” (quando existe) da série avança a uma velocidade de caracol pontuada com excelentes momentos de televisão. A versão de 2004 da Galactica é um bom exemplo. Que pena ter perdido 80% do tempo em episódios perfeitamente dispensáveis, quando nos restantes 20% produziram alguns dos melhores momentos de ficção da história do pequeno écran. O Ronald D. Moore sempre fez isso: “Star Trek: Deep Space Nine” foi uma experiência semelhante (e igualmente pontuada por episódios magníficos).

Há casos “raros” de séries que pareciam destinadas à excelência... mas que são mortas em uma ou duas temporadas. O “Deadwood”  é o melhor exemplo que me ocorre. Que maravilha de actores, textos, realismo e crescendo tensão. Faltou apenas a acção para libertar algum do vapor. A série foi interrompida ao fim de dois anos.

O “Yes, Prime Minister”, “Fawlty Towers”, “All in the family”, “Maude”, “Soap” e o “Family ties” são as séries de humor históricas que guardo na memória. Uma maravilha que revejo com prazer sempre que as apanho no “zapping”. Acho a mair parte das séries de humor modernas “engraçados”, mas a milhas dos “clássicos”, e francamente já estou “enjoado” da fórmula “mulher inteligente e bonita com um marido básico que só faz disparates”.

Cresci a ver séries que recomendo sem hesitar: “War and Remembrance”, “The Winds of War” e “War & peace”.

91SZcaupDTL._AA1500_Hoje em dia vejo duas séries de que gosto francamente: “Spartacus” (violência, sexo, intriga e coragem em doses cavalares) e “Californication”. Vou vendo pessegadas a que acho alguma piada: “House”, “Grey’s anatomy” e “Private practice”. De forma completamente irregular (de tempos a tempos vejo alguns episódios) espreito o “Dexter” e “Lie to me”.

A minha princesa (ou “melhor metade” como diria o meu querido amigo Carlos P. C.) tem um gosto completamente diferente do meu e gosta de coisas como “Desperate housewifes” e “Conta-me como foi” (ena, esta é portuguesa!), a que eu acho alguma piada, vou vendo com o canto do olho, ouvindo à distância, e percebendo minimamente o que são os conteúdos. Bem feitas ambas as séries.