Paulo Laureano Estar vivo é uma condição precária com um péssimo prognóstico...

War and Remembrance

Televisão


everwood

Muito de vez em quando aparecem séries de televisão absolutamente excepcionais. São raras. Muito raras. A maior parte do conteúdo feito para televisão não me deixa saudades. Televisão exemplarmente bem escrita, no entanto, é uma das minhas experiências preferidas. O “Everwood” é uma maravilha, com alguns dos diálogos mais inteligentes que vi em televisão e personagens absolutamente fascinantes. O “Babylon 5” é de uma grandiosidade avassaladora, a “space opera” de referência.

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A repetição “ad nauseam” infelizmente desgasta algumas formulas por muito giras que sejam. O “24” é o melhor exemplo. A todos os níveis é uma série absolutamente fantástica, mas a repetição de elementos ao longo das várias temporadas desgasta, vai retirando prazer ao espectador até a repetição literalmente “matar a série”. O “E.R.”, “Sex & the city” e “West wing” sofrem do mesmo problema. Por muito bem escritas que sejam (e se são!) as séries é preciso um processo evolutivo, ao longo das várias temporadas, que raramente é bem executado.

A maior parte das séries fica aquém do que parece ser o seu potencial inicial, cai numa formula de “pastilha elástica”, aparecem episódios perfeitamente dispensáveis em que quase nada acontece, etc. A “história central” (quando existe) da série avança a uma velocidade de caracol pontuada com excelentes momentos de televisão. A versão de 2004 da Galactica é um bom exemplo. Que pena ter perdido 80% do tempo em episódios perfeitamente dispensáveis, quando nos restantes 20% produziram alguns dos melhores momentos de ficção da história do pequeno écran. O Ronald D. Moore sempre fez isso: “Star Trek: Deep Space Nine” foi uma experiência semelhante (e igualmente pontuada por episódios magníficos).

Há casos “raros” de séries que pareciam destinadas à excelência... mas que são mortas em uma ou duas temporadas. O “Deadwood”  é o melhor exemplo que me ocorre. Que maravilha de actores, textos, realismo e crescendo tensão. Faltou apenas a acção para libertar algum do vapor. A série foi interrompida ao fim de dois anos.

O “Yes, Prime Minister”, “Fawlty Towers”, “All in the family”, “Maude”, “Soap” e o “Family ties” são as séries de humor históricas que guardo na memória. Uma maravilha que revejo com prazer sempre que as apanho no “zapping”. Acho a mair parte das séries de humor modernas “engraçados”, mas a milhas dos “clássicos”, e francamente já estou “enjoado” da fórmula “mulher inteligente e bonita com um marido básico que só faz disparates”.

Cresci a ver séries que recomendo sem hesitar: “War and Remembrance”, “The Winds of War” e “War & peace”.

91SZcaupDTL._AA1500_Hoje em dia vejo duas séries de que gosto francamente: “Spartacus” (violência, sexo, intriga e coragem em doses cavalares) e “Californication”. Vou vendo pessegadas a que acho alguma piada: “House”, “Grey’s anatomy” e “Private practice”. De forma completamente irregular (de tempos a tempos vejo alguns episódios) espreito o “Dexter” e “Lie to me”.

A minha princesa (ou “melhor metade” como diria o meu querido amigo Carlos P. C.) tem um gosto completamente diferente do meu e gosta de coisas como “Desperate housewifes” e “Conta-me como foi” (ena, esta é portuguesa!), a que eu acho alguma piada, vou vendo com o canto do olho, ouvindo à distância, e percebendo minimamente o que são os conteúdos. Bem feitas ambas as séries.