Paulo Laureano Estar vivo é uma condição precária com um péssimo prognóstico...

E-mail para empresas "made in Full IT"


Um serviço destruído e desleixado



É um dos serviços mais utilizados na Internet. Um dos mais mal tratados (usado sem encriptação de dados em trânsito, sem assinaturas digitais, sem os cuidados com privacidade que lhe são devidos, etc) muito por culpa dos ISP (Internet Service Provider) e empresas de hosting que em meados dos anos 90 o usaram como algo “gratuito”, “oferecido na compra de outros serviços”, que representava algum valor acrescentado às propostas mas que tinha custos irrisórios.

O resultado foi catastrófico e o e-mail passou rapidamente a um serviço com um notório défice de atenção da parte de administradores de sistemas. Tornou-se uma ameaça (Phishing), foi abusado (spam), não reunia o valor acrescentado para compensar investimentos na evolução das tecnologias que o sustentam e evangelização de utilizadores relativamente à forma correcta de o utilizar. Plataformas como o “Hotmail”, inseguras, sem qualquer suporte a criptografia (assinaturas digitais e encriptação de dados) e cheias de spam/phishing, literalmente destruíram a reputação do serviço como sendo seguro e privado.

Durante 20 anos (do inicio dos anos 90 até meados da primeira década do novo século tudo se degradou. Mesmo sendo o e-mail usado para missões criticas, para recuperar passwords, para transportar informação confidencial e de extrema importância...


Google foi o primeiro sinal de mudança



Com o “gmail” o Google começou a apontar caminhos diferentes. Não quando criou “mais um serviço gratuito de mail, que tinha como único atributo oferecer 1Gb de espaço”, em que parecia condenar-se a ser “mais do mesmo”, mas com um “twist” diferente na oferta de espaço mais generosa que a concorrência… mas sim quando começou a prestar serviços pagos para empresas e grupos. Estabeleceu preços (i.e. 50 euro por ano por cada conta, com direito a mais espaço “por conta” do que um ser humano “normal” é capaz de gastar) e padrões de qualidade. Durante os últimos 5 anos literalmente fui “empurrando” empresas (minhas clientes na Full IT) para o Google, de que a Full IT é revendedora.

A AnubisNetworks vende serviços relacionados com segurança e filtragem de “spam/phishing”. Mostraram que é possível e relevante para as empresas que pessoas com o ”know how” necessário tratem da segurança do e-mail. São excelentes, os melhores na sua actividade, e a minha recomendação para “limpar” e “proteger” empresas dos riscos associados ao e-mail. Estes riscos são absolutamente óbvios quando as maiores empresas do planeta tiveram graves problemas de segurança relacionados com “(spear)phishing”.


Nasceu o “FullMailServer” da “Full IT”!



Desgostoso com a abordagem de misturar o e-mail com calendários, gestores de contactos e (no caso do google) uma panóplia infindável de aplicações para fazer “tudo e um par de botas”, o serviço da Full IT é só de mail: mail que funcione bem, seja privado e seguro. Não gosto do preço do gmail (50 euro por ano por utilizador é uma barbaridade de caro na minha opinião). Não gosto da ausência de suporte. Não gosto de limitações do serviço na criação de “forwarders” entre contas, de ausência de aliases não associados a qualquer conta em particular. Falta ao Google, muito pela natureza e massificação dos serviços que presta, a sensibilidade para dar apoio aos seus clientes em casos em que o e-mail falha (ou é recusado, ou não é transmitido), para os ajudar a criar certificados digitais para usarem nas suas contas e assinarem e encriptarem correio. Não me agrada que o “POP” e o “IMAP” sejam vistos como “opcionais”, algo que tem de ser ligado, que por defeito o webmail seja a oferta de base do serviço. Não me interpretem mal, o serviço é “bom” e “vale o muito dinheiro que custa”, e para vários casos será uma solução adequada.

Eu tenho uma alternativa radicalmente diferente para oferecer:

bannermailBIG


- Servidores de mail em que as empresas podem criar as contas que entenderem, os “aliases” (contas virtuais, endereços que correspondem a uma ou mais pessoas dentro da organização) para essas contas de que necessitarem, fazer os “forwards” e notificações necessários à sua actividade.

ZZ0DFDF036
- O webmail é visto como uma “alternativa de recurso” (onde configurar “mensagens de ausência”, “mudar passwords” e eventualmente, na ausência de um cliente de email em computador ou telemóvel, se possa enviar/receber esporadicamente alguma mensagem. O que não significa que não tenha um interface cuidado, bastante mais agradável e funcional que o gmail, com drag&drop e muito semelhante ao que de melhor se faz em clientes de e-mail nativos no Mac/Windows/Linux…

- A primazia é para a utilização de IMAP (protegido por SSL) com suporte a IDLE (para o tornar mais rápido e adequado para a utilização em plataformas móveis) para receber e-mail e SMTP (protegido por SSL) para enviar correio. Funciona em todos os principais clientes de e-mail de Mac/windows/Linux (Outlook, Thunderbird, Apple Mail, etc) e de telemóveis (Android/iPhone/iPad). O envio de e-mail através de sistemas proprietários (Blackberry por exemplo) não é suportado.

ZZ68AFD517
- Não são suportados protocolos inseguros (i.e. sem SSL) e os utilizadores são acompanhados na criação de certificados digitais para assinarem e encriptarem todo o e-mail. Ao contrário do que se passa com o gmail, no nosso serviço as mensagens devem ser privadas, não se faz perfilagem dos utilizadores para lhes mostrar publicidade. Não é suportado POP por ser um protocolo pouco adequado para gerir automatismos de servidores e permitir aos utilizadores lidar com filtros de spam sem recorrer a interfaces “web”.

- O serviço é monitorizado 24h por dia (para detectar roubos de passwords, acessos indevidos a contas, problemas com recepção e envio de mensagens). Tem suporte profissional, de uma equipa que lida com filtros de Spam (treináveis pelos utilizadores) com capacidade de filtragem de 99% do spam e phishing.

ZZ28DEF20C

- Quanto a preços quero afastar-me precisamente do que tanto me desagrada no modelo do Google para o gmail: é cobrado apenas o espaço usado pela empresa, e não quantas contas ou e-mails administrativos a empresa necessita de criar. Se a empresa fizer cópias para folders locais do e-mail, em vez de o deixar nos servidores, pode ter milhares de colaboradores no pacote “mais acessível” (i.e. 32 euros/mês por 50gb). Para a maioria das empresas que usar racionalmente os recursos em termos de espaço o serviço custará 384 euros por ano na modalidade mais barata. É equivalente a 7 contas do gmail! Para as que necessitarem de mais espaço, ou optem por guardar o mail nos servidores (onde há backups diários e um nível de segurança elevado) temos pacotes até 1000gb (e podemos vender tantos desses quanto a empresa necessitar).

O serviço começa dia no 29 de Maio de 2013 e é dirigido fundamentalmente a empresas e grupos de indivíduos que queiram e-mail realmente seguro, privado e isento de spam/phishing. Pode ser subscrito em http://www.fullmailserver.com

PS: repararam que não mencionei os “serviços de cloud” da Microsoft? Ao fim de duas décadas a ver vírus, malware, vulnerabilidades idiotas, patches infindáveis… francamente perdi a pachorra. A Microsoft é irrelevante, teve os seus dias, usar software deles por saudosismo ou desconhecimento é de um masoquismo sem paralelo. No século XXI não contam...

"Rápido, bom e barato": Escolha dois...


Em 1998 fundei, com um conjunto de amigos, a MrNet (hoje Full IT, a mesma empresa com novo nome e imagem). Já lá vão 17 anos a fazer sistemas de informação para clientes. De sites (FNAC, RTP, SIC, Mediacapital, TAP, SATA, Gulbenkian, CCB, etc) a sistemas de E.R.P. (Digal, O.C.P., Centro Português de Serigrafia, etc) que gerem os recursos da empresa e actividades com clientes e/ou fornecedores, sistemas de facturação.

Alguns sistemas foram relativamente simples de programar, outros particularmente complexos. Mas na relação com os clientes fui aprendendo umas quantas lições que partilho aqui…


"Rápido, bom e barato": Escolha dois...

Quando se está a implementar uma solução feita à medida do cliente (i.e. algo novo e complexo) o cliente precisa de saber escolher dois de três atributos: "Quer uma solução que possa implementar rápido", "Quer uma solução de elevada qualidade", "Quer uma solução barata". Não pode ter as três em simultâneo, pode ter duas delas. Este pressuposto só é quebrado quando se adopta uma solução já desenvolvida para outros clientes.

Isto só não é verdade quando se trata de usar tecnologia já desenvolvida e com poucas alterações…


Compre soluções que já constem do portfólio das empresas…

- A SIC e RTP beneficiaram de anteriormente a Full IT ter desenvolvido tecnologia de CMS para a Mediacapital (Siteseed 1). Depois do primeiro cliente, claro que é muito mais barato reciclar e adaptar tecnologia feita e estável. Conseguiram na altura uma solução muito mais barata, rapidamente e de elevada qualidade, para terem sites de elevada performance. Essa tecnologia ainda hoje faz a página da RTP ( http://www.rtp.pt/homepage/ ), que é instantânea, com mais de 800000 artigos publicados e uma centena de templates diferentes.

Com o passar do tempo, depois de revendida vezes sem conta, a tecnologia passa a ser gratuita (i.e. não ter valor comercial). O siteseed 1 é open source. Não é modificado desde 2004, altura em que foram corrigidos os últimos problemas de segurança (últimos patches), e ficou pela versão 1.6. Houve um fork dele ("startuxcode", feito pelo Mário Gamito, em 2003). Está no Source forge ( http://sourceforge.net/u/plaureano/profile/ ).

- A TAP em 2004/2005 precisou de um sistema de "segunda geração" do Siteseed (a versão 2) que esteve meses a ser desenvolvido de acordo com as necessidades específicas de uma companhia aérea. Com essa tecnologia fez sites institucionais, o Victória, Corporate e de agentes. O Siteseed 2 suportava múltiplas línguas e mercados a partir de um backoffice comum. A SATA e Gulbenkian (em vários sites da instituição) beneficiaram em termos de "velocidade de entrega" de inovações tecnológicas previamente construídas para a TAP. O Siteseed 2 nunca foi "open source", se bem que é entregue a cada cliente com o respectivo código fonte.

- Em 2010/2011 foi desenvolvido o Sitessed 3. A Lusosem e TAP foram os pilares de inovação, com as suas necessidades especificas na altura em que estava a ser desenvolvido (na realidade DEPOIS de ser desenvolvido, porque a Full IT tinha o processo praticamente concluído quando os clientes o começaram a adoptar). Depois dos pioneiros, a tecnologia passou para vários sites da Gulbenkian, CCB, ESOP, Optivisão, INCI, CML, etc. Todos os clientes de "segunda geração" beneficiaram do tempo esperado pelos de primeira geração.


O que é específico e feito à medida sai mais caro, ou demora mais tempo, ou sofre de problemas de qualidade…

Os sistemas de ERP construídos à medida das empresas são quase sempre tão específicos que pouco ou nada do que se faz é transponível para uma segunda geração de clientes, aplica-se sempre a regra do "Escolha dois". Não há excepções. Recorrendo a uma base de software já construído (ou pela empresa ou em open source, ou comprados a terceiros) é possível atalhar caminho, mas quanto maior a carga de desenvolvimentos específicos mais se vai cair nas mesmas regras.


Ah, e tal, ali é mais barato…

 Claro. Há sempre quem aldrabe clientes, há sempre quem prometa coisas (que é mais barato ou melhor, ou que entrega produtos mais depressa). A realidade é que entre as melhores e as piores empresas o que varia é a capacidade de produzir equilibrando preço, qualidade e velocidade de entrega. As más empresas não duram. O tempo encarrega-se de fazer com que se estampem ao comprido depois de irem desiludindo sucessivamente clientes.

O meu cuidado é tentar transmitir a clientes e potenciais clientes que ter pressa sai mais caro ou tem implicações de qualidade. Procurar o equilíbrio certo projecto a projecto á algo muito mais complicado do que o comum dos mortais imagina. São raros, mas muito bons, os clientes que percebem isto. A maior parte acha que foi muito caro, ou que demorou demasiado tempo, ou que falta qualidade à solução apresentada. Não é verdade. As pessoas recebem exactamente o melhor compromisso entre as escolhas que fazem, e ao fim de tantos anos eu certifico-me que esse compromisso é bem entendido. A partir daí são escolhas que as pessoas fazem…

MrNet em 2011

Viver neste cenário de espiral descontrolada da economia e gerir uma empresa é de doidos. Estou cansado pelos telejornais, políticos, da cassete dos partidos de esquerda e sindicatos, da falta de visão e senso generalizada. Parar de lutar não é uma opção, preciso de ganhar a vida, de manter a minha empresa lucrativa, de inventar negócio e manter pessoas satisfeitas com os resultados. Não é tarefa fácil. Mas não é algo de que possa fugir, pelo que arregaço as mangas e trabalho...

O primeiro semestre deste anos correu bem. Aqui estou eu para o segundo. Tudo indica que ainda não é desta que a empresa implode ou explode. Há trabalho e mercado, tudo indica que cá estaremos para 2012. São 12 anos de sobrevivência, com muitas crises pelo meio, vigarices e calotes de muitos clientes, e sobrevivemos com as contas muitas vezes no vermelho, quase sempre no amarelo e raramente no verde. Essa ideia de que ser dono de empresas equivale a ter uma vida desafogada e isenta de preocupações é completamente desajustada da realidade.

Nunca a Mr.Net trabalhou tão bem. A evolução da qualidade do nosso trabalho é notável. Aprendemos com os erros, somos capazes de nos superar em termos criativos e de resolver problemas que parecem “impossíveis” a favor dos nossos clientes. No primeiro trimestre deste ano fizemos um novo portal para a Câmara Municipal de Lisboa, um novo site para a Tap, participámos em projectos do novo “middleware” do cartão do cidadão e fizemos um portal para a associação de estudantes do IST. Pelo meio ainda houve tempo para uns meses de consultoria à Sonae e ajudar a estabelecer os alicerces de estratégias para as futuras actividades do grupo online. Nada mau, no contexto de pequena empresa, para os primeiros meses de um ano complicado.

Todo este trabalho implicou muitos fins de semana e feriados a trabalhar, muitos dias que se prolongam noite dentro, uma dedicação e espírito de missão impares. É esse o preço de ter escapado à crise. Trabalhar desalmadamente. Procurar trabalhar “melhor”. Lutar até ao limite da resistência de todos em prol de quem nos assegura estabilidade financeira.